Recentemente, no Big Brother Brasil, o participante Tiago Abravanel apertou o botão de desistência e saiu do jogo, logo após se sentir rejeitado. Claro que a saída do Tiago do jogo não foi só mera rejeição, mas se sentir rejeitado, mais uma vez já que expressou dor ao falar da rejeição que sofre de parte da família de Silvio Santos, fez impulsionar essa decisão: abandonar o jogo. E acendeu mais uma vez a discussão: até que ponto a rejeição pode afetar nossas vidas?
Lembra naquela divisão dos times, lá na escola quando você ainda era criança, e que ninguém te escolhia? Quando você enviava uma cartinha de amor e recebia um “não” como resposta? E quando você achava que seu pai gostava mais de seu irmão mais velho, quando fica sabendo de uma festinha pelas redes sociais e descobre que você não foi convidado pelos amigos…
Logo cedo somos convidados a experimentar a REJEIÇÃO, um dos piores sentimentos vividos pelo ser humano.
Rejeitar significa resistir, desprezar ou recusar algo ou alguém. Não dá para desprezar o fato de que a rejeição é uma das feridas emocionais mais profundas e difíceis de lidar. Seja por parte de nosso par amoroso, de um amigo, parente ou colegas de trabalho, a sensação de que nossa presença não é desejada ou não é mais bem-vinda. Se sentir rejeitado ou sentir isso por alguém é mais comum do que se imagina. Nas duas situações, os sentimentos são os mesmos: decepção, frustração, dúvida, insegurança, tristeza e incertezas…
Existe uma explicação para essa dor intensa, que para mim faz todo sentido, antigamente, quando nossos antepassados eram rejeitados, excluídos de seus grupos ou tribos, as chances de sobrevivência diminuiriam muito. Ser rejeitado era quase que uma pena de morte estabelecida.
Não vivemos mais na era pré-histórica, então, por que a rejeição ainda nos causa tanto sofrimento? Mais que isso, como podemos lidar com ela?
A pessoa que passa por algum tempo sofrendo com sentimento de rejeição pode em algum momento associar outros sentimentos como por exemplo, abandono, fracasso, privação emocional, indesejabilidade social, busca de aprovação, pessimismo etc. Pode se isolar e perder oportunidades de relacionamento e convívio social.
Tiago Abravanel se sente rejeitado por amigo durante sua participação na 22ª edição do Big Brother Brasil.
Quantas vezes abandonamos uma amizade, um trabalho, uma viagem, por se sentir excluído e não amado?
Essa sensação dói. A neurociência explica que a parte do cérebro acionada é a mesma da dor física, ou seja, ser rejeitado DÓI MESMO. A rejeição pega carona nas vias de dor física no cérebro.
Estudos de imagem por ressonância magnética funcional mostram que as mesmas áreas do cérebro são ativadas quando experimentamos a rejeição, como quando sentimos dor física. É por isso que a rejeição dói tanto. Uma observação importante, muitas pessoas tentam fugir dessa sensação tentando agradar as pessoas, ser o que não são, presentear demais, fingir estar feliz, enfim, mas esse é assunto para outro artigo. Aqui quero mostrar como diversas vezes a rejeição nos impede de ser e de ter o que desejamos.
Uma das tendências de quem já sofreu rejeição é achar que sempre será rejeitado, e como expliquei, passa a ser o que não é. Outro ponto importante é que o rejeitado para se defender, pode passar a rejeitar. A qualquer sinal que poderá ser rejeitado, acaba rejeitando.
5 DICAS PARA LIDAR COM A REJEIÇÃO
1. Olhe para situação
Enfrente a situação com coragem de quem quer resolver e não se vitimizar.
Converse com a pessoa que lhe causa aflição com sinceridade. Compartilhe como está se sentindo e pergunte o que pode ter feito para ela reagir assim. Não encare essa conversa como um acerto de contas ou vingança, mas como um diálogo tranquilo entre duas pessoas que querem evoluir.
Caso a outra pessoa não estiver disposta a conversar, se afaste e está tudo bem.
Pelo menos, você tentou resolver a situação e acabar com a dúvida dentro de si. Pode ser que, no futuro, quando os sentimentos não estiverem tão latentes, a conversa possa ser reestabelecida.
2. Faça reflexões
Vale reforçar a necessidade da reflexão. Dê um tempo para si se for preciso.
Veja a rejeição como uma oportunidade para o crescimento pessoal, não como uma afronta ou um pretexto para atacar a si mesmo. Dessa forma, você terá mais sucesso ao refletir sobre o ocorrido. Essa dica pode ser aplicada nas mais diversas situações da vida para gerar aprendizados e impulsionar a nossa evolução pessoal, emocional, profissional e até espiritual.
3. Analise a realidade das coisas
Para aprender a lidar com a rejeição, você precisa compreender o melhor caminho.
Aceitar a realidade como ela é não implica em se resignar tampouco silenciosamente concordar com quem lhe causou mal. A aceitação é uma forma de conceder permissão a si mesmo para seguir em frente, deixando a situação incômoda no passado. A partir dela, você descobrirá novas oportunidades
4. Impulsione a autoconfiança
Pode demorar semanas, meses ou até anos para você se recuperar, especialmente se a rejeição partiu de uma pessoa querida. Nesse período, você pode se sentir inclinado a se vitimizar. Porém, esteja consciente que colocar-se em posição de vítima não o ajudará a retomar a sua felicidade.
Em vez disso, em uma tarde sem compromissos, sente-se e liste as suas qualidades em uma folha de papel. Relembre conquistas e boas ações. Se descobrir alguma característica ou comportamento insatisfatório, faça os movimentos de mudança necessários para modificá-los. Olhe no espelho e ao se encara diga “eu me amo e está tudo bem.”
5. Siga adiante
Nossa tendência é olhar para nossa vida com amargura após um evento negativo, esperando a mesma situação se repetir e causar sofrimento. É uma reação de autodefesa que deve ser combatida para que você não perca oportunidades.
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